Casa caiu

Preso em Niterói é apontado como líder do bando de estelionatários

Falso empresário foi preso em um condomínio de luxo na cidade

Agentes dentro do condomínio
Agentes dentro do condomínio |  Foto: Marcelo Tavares
  

O homem preso na manhã desta quarta-feira (28) em um condomínio de luxo no bairro Camboinhas, na Região Oceânica de Niterói, é apontado pela Polícia Civil de Brasília de ser o líder da quadrilha especializada em estelionato cometido contra idosos. O prejuízo estimado foi de cerca de R$ 10 milhões.

Na casa de Roberto Machado os policiais também apreenderam R$ 11 mil em espécie.

"Ele tem um poder aquisitivo muito alto, morando em um bairro de alto padrão de Niterói. As movimentações bancárias nas empresas e nas contas dele são altas, com dinheiro oriundo  dessa atividade criminosa. Todas as contas foram bloqueadas pela Justiça Federal", contou  o delegado Ismael Batista, da Polícia Civil de Brasília.

Ao todo, foram expedidos 15 mandados de prisão, mas até as 12h somente quatro pessoas haviam sido presas. De acordo com o delegado, os comparsas participavam da quadrilha fornecendo suas contas bancárias para recebimento dos depósitos efetuados pelas vítimas. Eles chegavam a lucrar até R$ 30 mil com o esquema.

"Eles usavam a promessa de grandes valores a serem recebidos pelos idosos que há cerca de 30 anos atrás, haviam investido em clubes de turismo. Os títulos eram comprados e guardados pelas vítimas. Depois de alguns anos, as vítimas tentavam vender e faziam buscas na internet. Elas acabavam encontrando um site  que era falso e faziam um cadastros com dados pessoais. Em seguida os estelionatários entravam em contato com as vítimas", disse o delegado.

Condomínio onde o falso empresário foi preso em Niterói
Condomínio onde o falso empresário foi preso em Niterói |  Foto: Marcelo Tavares
  

Segundo o delegado, os estelionatários passavam informações falsas para as vítimas. Incluindo valores exorbitantes e conseguindo iludir as vítimas que caiam no golpe.

"Elas falavam para as vítimas que para vender aqueles títulos, elas tinham que pagar uma taxa de ativação, porque já estavam inativos há mais de 30 anos. Eles chegaram a falar para uma das vítimas, que mora em Brasília, que o título dela valia R$ 2 milhões. Além de reativar, ela teria que pagar a taxa cartorária de 6% do valor total. Essa vítima chegou a depositar R$ 820 mil na conta fornecida pelos criminosos", disse o delegado.

Os golpistas montaram a empresa e criaram o site para aplicar o golpe. 

"A empresa tem toda o ardil típico de estelionatários. Pessoas falando muito bem durante a conversa com as vítimas, se passando por grandes empresários e CEO de empresas conhecidas no país", contou Ismael.

As investigações apontaram movimentação de algo em torno de R$ 10 milhões por parte da quadrilha que vem aplicando o golpe em todo Brasil. 

Moto apreendida pela polícia
Moto apreendida pela polícia |  Foto: Marcelo Tavares
  

A polícia não sabe ao todo quantas vítimas foram alvos dos criminosos, mas a soma dos prejuízo de uma vítima do Distrito Federal e outra de Goiás, é de mais de R$ 1,5 milhão. Um carro e uma moto foram apreendidos na casa de um alvo que também era um dos gestores da empresa.

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